quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Não temos mais nossa identidade

Não temos mais nossa identidade

Olho-me no espelho, não gostei de algo

Deve ser o brinco, deve ser a maquiagem ou deve ser os óculos

Não, não é nada disso

Será que são meus dentes?

Não, também não é isoo

O que será então?

Estou aqui completamente inerte diante do espelho e vejo que há algo errado

Mas não vejo aonde está o erro...

Meus dentes brancos, orelhas limpas

Olhos claros, com a ajuda de lentes caríssimas

A paciência vai se acabando

Olho-me no espelho pela ultima vez, juro para mim mesmo

Espera, dessa vez eu acho que sei

Olho mais fundo

Paro para pensar por alguns minutos

Os minutos se passam horas

E de repente desisto

Não consegui achar nada

Não deve ter nada de errado, logo penso

Mas durante os dias que se sucedem

Algo me transtorna

Passo pelo espelho e sinto ainda que algo esta errado

Maldito espelho, berro silenciosamente

Peguei-o e joguei ao chão

Em milhares de pedaços ele está agora

Me senti aliviado por alguns segundos

Mas olhei os cacos de espelho no chão

Não, gritei com muita dor

Agora são milhares de pequenos espelhos me dizendo que algo esta errado

Mas nada me diz sobre o que esta errado

Maldita criação do homem esse espelho

O que está de errado?

Diga-me!!!

Não me responde o objeto demoníaco

Sai em direção à rua

Vou a primeira loja de tralhas e compro outro espelho

Qualquer um servia, já que a essa altura todos berravam

Mas nenhum me respondia

Comprado o substituto coloquei-o em seu devido lugar

E fiquei ali parado com as roupas que sempre visto

Dessa vez só saio daqui com uma resposta

Horas e dias se passaram

Era apenas eu e o espelho

Um de nós ia ceder

Num determinado instante, não sei como, mas percebi

Finalmente notei o que estava errado em mim

Reparei melhor as minhas roupas

E jóias

E na verdade quase tudo que possuo

Do cabelo ao tênis, passando pelas meias

Nada disso sou eu, falo ao espelho

Não sou isso

Não sou simplesmente um outdoor para essas marcas chiques

Sou gente, que chora e sorri

Meu Deus por quanto tempo entreguei minha identidade a moda de hoje em dia

Maldita seja minha falta de inteligência de não ter reparado nisso antes

Mídia escrota e controladora de mentes fracas

Nunca devemos cair nos conselhos de amigos e conhecidos

Para algo que não e nossa identidade, ou seja, que não é nosso

Chega, de agora em diante usarei o que sou eu, o que me representa

Vou ouvir o que gosto e o que me faz me sentir bem

Porque, meus amigos,

Ser original é a melhor coisa e o melhor “estilo” que alguém pode ter

5 comentários:

zipi disse...

Fooooda!
Muito bom cara! Mto foda a temática...
A única crítica q eu tenho a fazer é que a hora em que ela percebe o erro podia ser um pouquinho mais supreendente, mais chamativa e talz...
Mas ficou muito bom assim, msm ^^

Rasc Patricio disse...

hahahahahha mt bom... uam vez eu olhei pro espelho e senti isso tbm... aí eu comecei a usar Blazer!hahahahahhahahah
bjs

м α ỷ т т α disse...

kkk

mtoo bomm....
parece euu

aushaushua

beijO

Unknown disse...

muito bomri na parte
Agora são milhares de pequenos espelhos me dizendo que algo esta errado


rs

parabens!
:*

Anônimo disse...

Há muito tempo a moda, o comércio e as grandes corporations não ditam nada para mim. Visto o que quero, nas cores que quero sem olhar para os lados. Meu estilo é quanto mais alternativo melhor.
Adorei o desenvolvimento deste poema crítico...
Parabéns!

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