domingo, 21 de novembro de 2010

A bola rola


A bola rola
Não para
Não demora
O jogador olha
Pasmo o seu encontro com a pelota
Domina com o peito rente ao manto
A bola é dele, sem espanto
Tranquilo e sereno
Porem atento
Sabe que tem que marcar um tento
E que tentaram separá-lo do seu amor, a bola
O gênio trata a bola, com amor
Não a deixa fugir ao seu controle
Aguenta das botinadas lhe dadas, à dor
Não quer se separar da bola
Dribla, quase esnoba
É fácil pelos adversários passar
Quando a bola ao gênio passa a ajudar
De finta em finta
A bola é levada
Ao seu destino final
Dali não passa, dali não volta
Gênio , impassível a horas atrás, agora, por dentro, chora
Quer deixar onde ela mora, ou deve morrer
Com dor no peito, bate a bola com calma com jeito
Maestria sem limites, de gênio que é limitado pela falta da bola
A dor é imperceptível aos nossos olhos
Mas sensível a percepção de um apaixonado
Deixa a bola sem força, no ângulo, com efeito,
Agora ela jaz morta, no meio das redes do desejo
O gênio, o jogador, grita de dor, depois de amor
Pela obra completada, que lindo desfecho.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Pássaro Azul



"Há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado duro para ele,
e digo, fica aí dentro,
não vou deixar
ninguém ver-te.
há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu despejo whisky para cima dele
e inalo fumo de cigarros
e as putas e os empregados de bar
e os funcionários da mercearia
nunca saberão
que ele se encontra
lá dentro.
há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado duro para ele,
e digo, fica escondido,
queres arruinar-me?
queres foder-me o
meu trabalho?
queres arruinar
as minhas vendas de livros
na Europa?
há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado esperto,
só o deixo sair à noite
por vezes
quando todos estão a dormir.
digo-lhe, eu sei que estás aí,
por isso
não estejas triste.
depois,
coloco-o de volta,
mas ele canta um pouco lá dentro,
não o deixei morrer de todo
e dormimos juntos
assim
com o nosso
pacto secreto
e é bom o suficiente
para fazer um homem chorar,
mas eu não choro,
e tu?"

Charles Bukowski.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Eleições 2010


Não postei nada, sobre as eleições e na verdade sobre nada, a muito tempo, pela falta de tempo que ando tendo. Porem segue aqui minhas ultimas palavras:

Engraçado, como em todo lugar (PiG...cof..cof..cof..), o Serra ganhou. A direita brasileira, só na sua candidatura já mostra estar vencida, estragada e ultrapassada. Uma vitória de Serra, será a derrota do Brasil, assim como a vitória da impunidade. Estaremos mostrando a nossos "herdeiros" que para ganhar vale-tudo, inclusive mentir, roubar e modificar a verdade(muito diferente de mentir).
É duro ver que uma oposição usa de recursos ridículos, como panfletinhos de insignificância absurda, "spams" de internet, acusações ridículas sobre o passado de Dilma,uso da religião para atacar e defender os propósitos de campanha,e etc. Se esta é a verdadeira oposição, só há uma conclusão a se chegar, ela está falida, o que é uma pena, pois sem uma oposição forte, o progresso (político, econômico e intelectual) tarda em sua evolução.
Dos candidatos apresentados para a disputa presidencial, dois me chamaram a atenção(claro que no aspecto intelectual e propostas de campanha): Dilma 13 e Plinio Arruda 50. Marina Silva, assim como o seu partido, o PV(do qual já fui adorador, e ate membro), são um imbróglio de contradições, pois é difícil entender como um eco-partido poder ter tantos candidatos envolvidos em esquemas de corrupção verde (venda de terras de reserva, aprovação de desmatamento e etc). A candidata 43 não apresentou nada em sua campanha de concreto, fez apenas as ressalvas pela busca das ações (discurso pronto "ser for eleita, presidenta do Brasil, vou acabar..." ex: com a corrupção - mas como isso será feito não é dito). A posição do seu partido e da candidata, em relação ao apoio no segundo turno, demonstra a covardia, expressa no irracionalidade, de ambos, em sua posição política ( já foi de esquerda, direita e agora é central, muito mais pela covardia do que por ideal, se bem que nesse ponto, o partido parece fazer dessa artifício o seu ideal).
Em relação aos outros candidatos não vou falar, pois considero ridículas suas campanhas.
Sou a favor de muito do que o Lula fez( junto com Dilma, Gil, entre outros), porem tenho também minhas criticas, pois acho que devoção irracional, como já dito é irracional. Por exemplo a educação cresceu, sim, mas podia ter crescido muito mais e a classe dos professores ainda sofre com os problemas crônicos do abandono. Assim como os transportes públicos, no qual foi investido uma considerável montanha de dinheiro, porem algumas cidades (exemplo usado.: Rj, pois sou residente) a situação chega a ser caótica, onde empresas que conseguem as licitações do Estado, abusam dos clientes e chegam até prejudica-los.
É necessário uma oposição forte, para fazer um governo forte, por simples motivos de logísticas. É preciso alguém para botar o dedo e ,se possível, o braço todo na ferida, é necessário uma oposição inteligente, para forçar um governo mais inteligente. E com uma campanha ridícula, como a do candidato 45, torna apenas a dar força para minhas considerações iniciais da falência da oposição. Falência, porque só sabia acusar que não havia o progresso, porem agora com o crescimento do país, tal oposição não sabe mais o que diz, e corre para a boataria, sucateamento da verdade e promoção de irracionalidade e ignorância.
Uma das principais ressalvas, dentre as muitas que ouço todo dia, é que Dilma é (foi) terrorista. Essas pessoas não sabem nada da historia do Brasil, ou simplesmente não querem levar em consideração o passado. É ridículo acusar a candidata petista de terrorista, a partir do ponto que estávamos vivendo uma ditadura, e suas ações eram uma resposta a censura, opressão e covardia enfrentada pelo povo brasileiro. Desses mesmo ignorantes, alguns ainda falam em tom de saudade da ditadura, sabe por que? Simples, a ditadura privilegiava irrefutavelmente a elite brasileira, da qual eram ( e ainda são) parte. E tal visão se deve ao "abandono" da predileção do Governo(Lula) as elites, o que é na verdade um absurdo, pois o Governo ainda atua em favor da elites, porem não a privilegia. Agora o pobre é um alvo muito mais importante que a elite, seja por motivos eleitorais ou por motivos ideológicos, e não há como negar o fato "de que nunca na historia de país..." gente pobre pode comprar tanto (comida, remédios e utilitários). Porem muitas vezes parece que a elite (parte dela, pelo menos) e a classe media (parte dela, pelo menos) não gostam dessa ascensão social, por motivos de preconceitos intrínsecos a concepção do ser(ignorante).
Na hora das eleições, devemos pensar no como evoluímos nos últimos 8 anos, em como a "oposição" tratou os problemas do governo e olhar, não apenas para 8 anos atrás, mas sim o decorrer dos próximos 4 anos. E na minha opinião, o melhor para o Brasil é 13, não por eu ser petista, o que não sou...mas porque considero que a candidata Dilma(13) tem as melhores propostas para o país.




**** NOTA: A Imagem postada se deve a dois fatores: 1:não achei nada melhor para colocar ai. 2:Para demonstrar um dos pontos do texto.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A Espera da Morte


A Espera da Morte

Esperando no ponto
Um grupo de gente
Alguns meio sonsos pelo sono
Outros cansados dos trabalhos do dia-a-dia
Queriam estar em casa vendo televisão
De repente um ruído cala os pensamentos
Roubando a atenção do momento
É um disparo
Um tiro nefasto
Uma criança ao chão
Junto com um velho
Escapam da morte
Doce e mórbida sorte
Seu irmãozinho
Não a teve
Morreu na hora
E agora o povo chora
Amostra de uma realidade
Virtuosa vitrine da impunidade
Tão comum nas cidades
Pessoas se amontoam
Gritos da raiva reprimida dos tempos
Dias depois, passeatas e protestos...
Meros atos de pretensos revolucionários de butiques
Pois a verdadeira ação ninguém toma
E ninguém tomará
Afinal nunca é a hora, como dizem
Ou pior, dizem as pessoas:
"Era apenas um pivete
Não era meu filho ou irmão
Tratava se mais de um problema social
E meu, não era não".
Mal sabem que assim dizem:
"Foda-se a nossa situação"
Mas é isso ai
As pessoas querem festa
E pouco vezes uma solução
E mais uma vez um problema
Que é na verdade, uma dura realidade
Vira manchete de jornal
E indignação reprimida pela e para a própria sociedade
Um retrato social comum
E que ocorre todo dia
Com mais freqüência que o passar dos ônibus
E a incerteza das ações ou de um dia melhor
Leva a minha certeza de que vou ver
Mais uma vez ao ligar minha TV
Um retrato social, calado e morto no chão.

sábado, 12 de dezembro de 2009

A volta dos que Não Foram

Como texto de Volta qui Vai

Meu Grande Tesouro

Todos nessa vida buscam o sonho duradouro
O grande tesouro
Muitos o procuram
Sem saber o que realmente é
Muitos passam à vida inteira a procurar
Sem nunca encontrar
Outros o encontram falsamente
Achando que esse tesouro
É o ouro
Ou a fama
Mas se engana quem pensa que ele é isso
Muitos já o encontraram e são gratos
Mas há muitos que o encontraram e lhe são ingratos
Eu posso dizer que já achei o meu tesouro
Meu sonho duradouro
Que ninguém nunca poderá
Os tomar
Meus tesouros são meus amigos
E dentre eles uma jóia rara, você
Muito tempo sem postar nada aqui...
Por varios motivos...
O principal, e primordial e que nao aquentava mais
Ter que fazer divulgação desse BLog...
Como queria saber o que, e como era minha poesia
Acabei me cansando disso
Então agora volto...
Revigorado... E pronto para escrever o que me der na telha...
Minha volta para esse Blog, sera acompanhada de uma total falta
de busca por media...
Caso alguma pessoa leia e goste, blz...
Caso nao, nao posso fazer nada
Tudo o que farei aqui... Sera escrever minhas memórias...minhas ilusoes...minha vida....

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Incrível!

Incrível

É uma palavra que define muito nos seres humanos

É incrível a quantidade de erros que cometemos em nossa vida

Mais incrível ainda é como ainda estamos vivos depois de tantos...

Somos incríveis desde o momento dos primeiros milésimos de segundos em que estamos vivos

Você já parou para pensar que de milhões de espermatozóides VOCÊ foi aquele que “conseguiu”

E que depois de nove meses você conseguiu sair de um buraco para cair em outro

E depois de nove meses aprisionado dentro da barriga de sua progenitora

Você ainda tem força para fazer muito marmanjo colocar as mãos nos ouvidos

Por causa de seus gritos

E incrível é melhor palavra para expressar o nosso crescimento

De pequenos feijões sem cabelos vamos nos transformando em rapagões e mocinhas

Rapagões querendo achar para si um amor qualquer para se divertir

E as mocinhas querendo o príncipe encantado

Acaba que, incrivelmente, cada um se contenta com o que tem

Incrível é a maneira que conseguimos nos apaixonar perdidamente por outra pessoa

A maneira que nos entregamos por essa pessoa, sem ter a menor certeza

De que essa pessoa é a sua cara metade

E por que incrível?

Porque o incrível é que nessa nossa incerteza temos certeza de que aquela pessoa e a nossa outra metade

Mais ainda é a maneira que somos cegos para os nossos erros

E somos “PERFECCIONISTAS” com os dos outros

Como são incríveis as artes que somos capazes de criar e recriar

De poetas como Drummond até Vinicius

De filósofos como Sócrates até Aristóteles

De atores tais como Marlon Brando até nosso Paulo Autran

De gênios como Einstein e Santos Dumont

De artistas como Picasso e Van Gogh

É incrível como seres como esses existem ou existiram

Incrível é amar

Incrível é ser livre pra pensar

Incrível é poder ser quem se quiser ser

Incrível é saber perdoar

Incrível são aqueles que são sinceros

Mais ainda são aqueles que conseguem o que querem sem se corromper

Que incrivelmente não são muitos

Incrível é saber ler e escrever

Incrível é também poder ensinar

Incrível também é morrer

Você já imaginou que horrível seria ser imortal

Viver eternamente e não poder terminar

Pois o incrível da vida é que ela é como um teatro

Temos o inicio, que é árduo e longo

Temos o meio, que é onde nossas aventuras ocorrem

E temos o fim, que é quando nós fazemos o nosso ato final

E podemos enfim descansar em paz

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